4 de mai. de 2011

Me apaixonei por outro.

     Nasci em uma família de leitores. Meu pai lia, mas era uma pessoa sadia, seus vícios eram outros. Já minha mãe é doente, muito doente. Ela sofre de uma compulsão por outros mundos, por mais conhecimento. Ao passar em frente a uma livraria, precisa virar o rosto para a direção contrária. Sebos são uma devassa às tentativas da pobre mulher para não comprar todos os livros do mundo. Divagando sobre a vida, cheguei à conclusão de que ela deve ter trabalhado catalogando os livros da biblioteca de Alexandria, só pode...
     Desde criancinha eu tenho acesso irrestrito aos livros. Se o acervo da minha mãe é incontável, o meu não é pequeno. Posso dizer que nunca juntei dinheiro na vida: juntei livros.
     Assim que entrei na adolescência, estranha e esquisita, conheci o Jorge Amado. Foi amor ao primeiro livro. Depois dele vieram outros como Machado de Assis, Graciliano Ramos, Eça de Queirós, dentre tantos outros; mas nunca deixei nenhum deles tomar o lugar do meu Jorge! Quando me casei, minha avó estava desmanchando uma biblioteca que tinha, e eu tive a honra de ser a herdeira dos livros. Estes estavam, absurdamente, indo para uma igreja.
     Sempre tentei autores da atualidade - e até gostei de alguns, como Rubem Alves, por exemplo - mas nunca deixei de amar o meu Jorge.
     Outro dia, lendo o Infinito Particular, me deparei com o Fabrício Carpinejar. No texto, ele me descrevia com tal fidelidade e riqueza de detalhes, que me deu sede, e eu precisava saciá-la. Então, fui procurar saber mais sobre ele, e acabei me apaixonando.
     Eu sei, depois de um amor de mais de dez anos pelo Jorge Amado, não deveria substituí-lo assim, com tanta facilidade, mas aconteceu.
     O texto do Carpinejar é maravilhoso, mas minha fascinação vai além. ELE é maravilhoso. As coisas que diz e que pensa, a forma de encarar a vida. Sei que a paixão não nos deixa ver os defeitos. Vamos deixar o tempo passar e ver se isso tudo vira amor de verdade...





4 comentários:

  1. Oi amiga, bom dia!!

    Adorei seu texto e a forma como contou ter se apaixonado pelo seu "Jorge"... quanto aos amores, nesse sentido, acredito não ser errado ser apaixonada por vários ao mesmo tempo...não seria volúvel de sua parte ter vários amores.
    Lindo ver uma família inteira apaixonada pelos livros e pelo conhecimento que ele nos oferece. Na minha família também temos o grande problema de não ter espaço para armazenar tantos livros e aos poucos (bem aos poucos) compartilhamos esses amigos com outras pessoas que não podem usufruir disso. Claro que temos aqueles inseparáveis... mas muitos acabam tomando outros rumos, depois de uma longa estadia em nossas casas. Minha filha mais velha é apaixonada por livros e revistas e gibis, enfim, tudo o que possui letras. Esse "vício" é sempre incentivado por todos.

    Beijos minha querida!!!
    Lu

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  2. Oi Lu,
    pois é... vício congênito. KKKKK
    Espero que meu pequeno se vicie també, que nem a sua filha.
    Obrigada por abrilhantar este blog com sua presença!
    BJO.

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  3. Olá querida !!!

    Vixeee, também cresci no meio de livros e mais livros da minha Mamys e não satisfeita com aqueles, eu ainda emprestava toda semana alguns na biblioteca do Sesc :) Minha Mamys é maluca por livros, ela não pode ver uma livraria, sebo que fica maravilhada, eu já sou mais contida e afobada, não curto os de 500 páginas e se for ruim, páro no meio, ela lê mesmo achando ruim kkk
    Entendo perfeitamente seu encantamento pelo Carpinejar, não tem como sair com o coração e a Alma ilesos :)

    beijossse boa semana !

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  4. Oi Sam,
    eu gosto de livros de qualquer tamanho, mas acho que prefiro o gênero narrativo, acho mais envolvente...
    Eu não costumo pegar livros em bibliotecas, pq minha mãe faz isso e eu leio depois dela...kkkkk
    Eu também leio mesmo que seja ruim, com excessão de "Pável e Fiodor", que nem minha mãe conseguiu ler, de tão péssimo!
    Adorei ter você aqui mais uma vez!!!
    BJO!

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